Seria temerário ir contra a tecnologia, as redes sociais ou a qualquer movimento humano que se aproxime de mandar uma mensagem no celular. É evidente que a tecnologia tomou posse do funcionamento psicológico humano. É claro que, nenhum de nós irá abandonar o celular ou caixa de email. Nenhum de nós evidencia a ideia de ceder à resposta de uma mensagem recebida da pessoa que você, efetivamente, considera importante. Celular também tem essa função! A verdade é que essa tecnologia afastaram as pessoas. Qualquer um que analisar honestamente a realidade verá que não se trata de inferências. Quando entramos num ônibus ou no trem, o que percebemos são as pessoas fixadas e de cabeça baixas no celular. Falando com seus amigos que, logo, encontraram, em instantes. Poucos são o que leem um livro. Quando leem, são livros prontos em “Tabletes”. É risível escutar a amiga reclamando do namorado que não larga o celular acessando o Facebook e, respondermos as mensagens do tipo “KKKKKKK” e, que nem a boca acompanha. Perto dessa realidade, creio que a ansiedade e a angústia humana estão amplamente fixadas nesses aparelhos. Brega!
O fato é que estamos vivendo numa sociedade altamente superficial e hiperativa. As pessoas estão cada vez mais “esquizofrênicas”; pegam seus celulares, abaixam a cabeça e andam na rua se conectando com o mundo. Esquecem [ou não querem lembrar, porque se relacionar por mensagem é mais fácil] que existe um mundo do seu lado. Pessoas para conversar, rir, discutir, ter inveja, raiva, amor, paz. Triste!
Apesar de novo, tive a oportunidade de ficar numa calçada com amigos conversando conversa fora. Cantando músicas da época, jogando cartas na madrugada com os primos da mesma idade. Correr e jogar bola na chuva. Hoje, a mesma calçada está tomada por carros estacionados. A chuva abre espaço para o vazio. Tudo sem sentido [claro, para mim]. Todos cresceram. Não resta outra coisa sentir saudade.
Entendemos, pelo tempo, que toda época é importante. Cada um que perceba a realidade hoje pode sentir algo vivo assim como eu sentia naquele tempo. Tudo uma questão de honestidade. Mas dentre as pessoas de hoje, sou mais eu!