Desde o princípio do processo civilizatório e em matéria de política, vemos que o movimento humano nunca foi tão promissor. A cada período histórico que passa, o desencanto é cada dia mais visível e risível, diga-se de passagem. Como diz o filósofo pernambucano Luiz F. Pondé [através de um ponto de vista pessimista histórico] que o “o ser humano é uma coisa para qual não existe solução e que a filosofia, apesar de seus volumes, nunca irá resolver os problemas humanos.”
Próximo disso a filosofia política, teve o objetivo ao tentar explicar o começo da humanidade com uma série de fundamentos políticos da concepção humana. Também, o contratualismo mostrando sua vez, fundamentou a ideia que o ser humano iria viver de maneira organizada e, criando assim um estado e uma série de leis que possibilitava a criação de um novo mundo mais organizado e mais seguro para todos os membros de sua sociedade. Esse percurso de fundamentos possibilitava que o homem tivesse a passagem do estado de natureza para o estado civil, o que entendemos hoje o contratualismo ou contrato social.
Na idade moderna, Thomas Hobbes (1588-1679) argumentava que antes de haver o contrato social a sociedade se encontrava em caos e, que o homem era impossível vivendo em estado de natureza. Hobbes nos ajuda à eluciadar o contrato social através do medo do outro. O outro passa a ser ameaçador para tal e, acaba assim, criando leis justas para segurança e sobrevivência de todos. Às vezes, à distância, fala-se muito desse cálculo humano: a de agir por natureza ou, aliás, por pulsão [emprestando um termo freudiano]. Basta pegarmos o trânsito brasileiro como exemplo para mostrar que, em um ano, exibimos números de vítimas três vezes maior do que a guerra do Vietname. Este cenário põe em pauta os fundamentos de Hobbes, onde o destino humano é sobretudo fisiológico e, que o contrato social veio apenas amenizar o o trincamento do gelo àrtico. A vida moderna, voltada para o progresso, mostra sua ambiguidade grotesca no modo como se realiciona no plano político. Talvez Hobbes calculou em mostrar o lado sombrio humano: capaz de nos mover sobre um pressuposto da autopreservação, de amenizar o caos no plano do macrocosmo. Mas que também, penso, que não da garantia de uma contrato social saudável.
O segundo contratualista foi, Jonh Locke (1632-1704) que dizia que “o homem é uma folha em branco”, que poderia ser mau ou bom, e a criação do estado surgiu porque o ser humano viu que, juntos, seriam melhores. Se pensarmos hoje, isso resultará em um bom contrato social. Se sou de classe baixa e favorável a ter um carro, logo, preciso de uma instituição financeira e logo, tenho o carro. Aqui está um exemplo do contrato social de Locke: “o indivíduo de uma comunidade política consente a uma administração apoiado na confiança e consentimento para fim de um poder público”.
A maior impostura moderna não é a de dar consentimento a um governante ou, a um orgão administrador, mas sim sua denegação sistemática que esse movimento de possuir o “carro do ano” irá lhe causar: IPVA, gasolina, gastos extras. O homem crê que possui a possibilidade e apoio do seu governo para ter algum bem material ou de afeto, mas, denega a possibilidade de garantia, logo, mal estar e contrato social manchado. A ideia de Estado para Locke em que o homem da o consentimento ao governo e esse delegue de poderes, age de forma à garantir direitos individuais e assegurar segurança ao homem, é muito contraditório no plano empírico. De fato, todo Estado dispõe dessas ferramentas, seja do nosso consentimento ou por ele mesmo, porém, basta enfrentarmos um hospital público brasileiro para ter a certeza que Locke nos deixa um cenário quimérico.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos principais a expor suas ideias sobre o contrato social. Para Rousseau o homem é bom por natureza, a sociedade que o corrompe. Mas a sociedade não é, por natureza, corruptora. A essência humana que difere dos animais ajuda o homem a viver em segurança e sociedade. O estado de natureza é um estado primordial onde o homem vive feliz. Com Rousseau, podemos ver que sua visão à condição humana é um tanto otimista. Ele carrega uma avaliação acoplada nas condições positivas no movimento humano.
Em contrapartida, o início da civilização pode ser mais bem defendida e compreendida quando o assunto é sobrevivência. Claro, a história nos mostrará que tudo foi muito sofisticado: guerras por territórios, mercantilismo, diálogos, hierarquias, mas, no fundo, o homem quer conforto, um sofá e as contas pagas e passará por cima de qualquer um para adquirir e manter isso. Não contrato social, nunca houve!
Acima de tudo, acredito que, de uns anos para cá, nunca tivemos nas mãos tantas técnicas para retardar a ideia ruim da condição humana: a que arrisco dizer que é o lado obscuro humano. Costumamos abolir o ponto de vista de que o homem é ruim em seu funcionamento psicológio e que o estado, governo, política, partidos políticos, instituições são bons e vão garantir nosso futuro.
Tenho uma ética é claro: entendo que precisamos de alguém para chegar até o fim do dia [pai, mãe, médico, amigo, à lista é imensa]. Também, sei que precisamos ter um fundamento do que é um Estado, sociedade, instituição, grupos, família e, aliás em como conviver bem em sociedade. Todo homem é capaz de promover ajuda social, porém, não acredito em fundamentos políticos. Eles podem estar fixados em catexias nasrcísicas. Conhecemos o holocauto, provenientes do fundamentalismo de Hitler, causou para tantas almas. Toda política tem o poder de organizar algo, espaço, cérebros. Mediro valor das coisas utilizando o contrato social pode sim trazer organização e conforto, mas o sonho risível do futuro é carregar a ideia que a política resolverá as coisas. Todos sabem que viver em sociedade é um inferno!
Se você é um jovem estudante de anatomia e sabe, pelos seus estudos, que uma senhora idosa possui um corpo mais fraco e frágil do que o seu, logo, você cederá lugar onde estiver, o que me faz refletir e ficar inclinado à sensibilidade política. Mas isso depende muito da educação doméstica! Acreditar em sensibilidade política talvez seja um ganho para o cortex e para evolução humana. O que me impede de estar do lado dos contratualistas e do livro Do Contrato Social de Rousseau, não são suas teorias impostas, mas na confusão que o ser humano carrega quando esta cônscio do corpo e da mente: um inútil trabaho de verificação da vida!