A menina do Perfume

A menina do Perfume

No ano de 2011 um aluno distraído, em sua mesa da faculdade, recebe bem próximo de seu rosto um beijo de uma menina com um perfume bem à moda importado. Aqueles perfumes que se vende na vinte cinco de março pelo que parece. Ela bem vestida e cheia de maquiagem diz para ele:

 - Dionildo? Assista a este filme, ele conta a história de uma mulher com 16 personalidades. O nome é Brigitte. Para nós que estudamos Psicanálise é um filme perfeito. Eu amei e curti muito este filme.

- Maravilha Bartô! Responde ele com um sorriso super discreto.

Não que a desconfiança seja grande, mas a senhorita Bartô era uma mulher muito emperiquitada de utensílios de ouro falso, lenços de bancas de feira e maquiagens de palhaços alegrias. Tanto tempo que Dionildo a via com coleções de livros de Freud chegando por debaixo dos braços cumprimentando seus colegas de classe.

Dionildo, um cara muito estudioso e também adepto da Psicanálise certificou-se de logo assistir o filme que, posteriormente eis de concordar com a senhorita Bartô: o filme trazia a variedade humana, e com a singularidade e ótica de Dionildo seria muito produtivo futuramente.

Uns meses depois, no término do semestre da faculdade, os contatos de Dionildo e Bartô ficaram por conta de redes de relacionamentos. Terços rezados de joelhos e promessas eram feitos por Dionildo para que ele nunca perdesse de vista pessoas que lhe acrescentavam em seus estudos. Em especial Bartô. Diversas noites Bartô por telefone, mensagens instantâneas, e posts e malas diretas, deixava Dionildo informado sobre as vicissitudes das matérias e temáticas de seus estudos.

Certo dia, Bartô, no empório das redes de relacionamentos, publica na rede mais ovacionada do momento; um tal de Facebook, sua estrema raiva e repugnância contra Dionildo. No dia seguinte mudou de partido, excluiu-o, revoltou-se através de esclarecimentos circunscritos em mensagens instantâneas. Teve por palavras as mais belas introduções de personalidades maléficas, fundamentadas por Dr. Sigmund Freud, do tipo: “O termo orgulho, conceito exagerado de si próprio, com aparente amor-próprio demasiado, constantemente despreza tudo e todos, sempre julgando com suas severas críticas. A pessoa orgulhosa por não suportar a dependência, menospreza os sentimentos das pessoas, se colocando sempre como um ser superior, como se estivesse num pedestal difícil de ser alcançado”. Definitivamente, Bartô escorçou um Freud-expliquismo do caramba! Tudo isso porque ele havia respondido em tamanho algo que ela tinha exposto publicamente, nada mais nada menos, que Sexy. Dionildo havia respondido assim: Sou Sexy pra Bartô. Hehehehe. Valeu Bartô. Não me viu pelado ainda.

Indignada, cortou qualquer vínculo com Dionildo. Ele, perplexo, e sem entender nada, topou em respeitar a atitude de Bartô. Acabou por ficar muito adoecido por não mais dividir conhecimento e conversar online com Ela. Certo dia e inesperadamente, Dionildo abre sua página da Internet e recebe uma mensagem instantânea de Bartô dizendo:

- Eae Dionildo? Como vão os estudos? Fiquei afastada por problemas pessoais. Assistiu filme que tanto me identifico?