Coragem e aproximação da arquiangústia

19/12/2011 23:24

Arquiangústia é uma palavra muito diferente das que estamos acostumados a escutar. Se não, nunca escutada por muitos. Eu a vi pela primeira vez em um livro de Psicologia. O tema foi abordada por um psiquiatra e psicoterapeuta suíço chamado Médard Boss, onde explicou o temor e o medo do homem diante da vida e dos encorajamentos diante da morte. 

O que estou querendo dizer é que o homem, por mais esquemas que utilize, está sempre procurando [em certo momento do dia] se esquivar de um sentimento repleto de angústia. Um sentimento que lhe cause dor no peito. E daí? O que faço? 

A perseverança de trabalhar, de possuir um carro, uma roupa nova e limpa, comprar um quilo de carne de primeira qualidade, e, aliás, supor que essas esquecem até de si mesmas, logo, é normal. Porém, quando se pegam angustiadas, se torna o momento mais crucial de adquirir juízo e repelir idéias justas, pois, toda casa tem privada e as pessoas não dão conta disso. Certa vez escrevi:

"O homem esquece que está preso a um corpo (...) [Este] que, especificamente, está sujeito a ser atendido e satisfeito em primazia (...) o que é natural. No entanto, o que o homem não possui é certa maturidade para este reconhecimento, ou - nos dias de hoje – ele prefere não ter esse tipo de hiperconsciência, pois, ser um ‘deus’ e estar preso a um funcionamento orgânico é muito dolorido. É melhor ouvir músicas, ler e escrever um livro, rir corriqueiramente com um amigo e, primordialmente, ir a um santuário próprio, servir um Deus Divino [seja ele qual seja]. E mais, aquele que serve para estar cônscio disso, é necessário que obtenha uma sustentação interna muito específica (...) que tenha ao longo do dia, afazeres pormenorizados, e acima de tudo um bom livro cientifico, aonde possa com tempo, entender a si mesmo e, além de tudo, um paradoxo perfeito que a natureza forneceu para nós. Devemos isso a ela!"

Toda neurose, psicose e perversão, dentro de seus funcionamentos psicológicos, lhes comem vivos, lhe frustam e, pior, alguém que esteja ao seu lado, logo, tem que pagar o preço. Francamente, devido ao extremo que as coisas andam, fosse eu, prestar atenção nos dias que passam, certamente nas pessoas em que me rodeiam, acreditaria que essa dor seria especificamente pela procura da felicidade.

Próximo disso, o homem gosta de buscar a felicidade e se esquecem que o Mundo esta preparado e montado para ele sentir dor. O mundo não é nosso berço. Por exemplo: existem as pessoas que se julgam capazes de Amar e se dedicar ao próximo, enquanto outras numa primeira oportunidade de conjunção de diálogos e falas são as primeiras a falar, e se quer escuta o outro. Acha dificuldade em aceitar a moral dos outros, pois, criticar é o juízo capaz dela. Mal ela sabe que deixar o outro falar já é suficiente para o outro, e o que será dito é questão de circunstancias.

O ser humano criou, quotidianamente, o que acho interessante dizer “gosto de ficar reclamando”, “preciso atender os ideais dos outros” e mais, “preciso agradar os outros”. Meu objetivo é dizer que, nem tudo para o homem é possível. O Homem não pode se livrar de sua natureza, mesmo se jogá-la fora. Existem algumas que jogam para Deus. 

Portanto, para ser menos reprimido ou degustar com mais maturidade as angústias, o homem precisa vencer a culpa e angústia. Vou adiantando que não é uma tarefa fácil, pois, ser criança é mais fácil e também perplexo. As cruzes mais pesadas são as internas. Então se começarem a falar e você não escutar, vá se curar sozinho, já que discutir as coisas “prováveis e fiéis” sobre você mesmo seja um fardo.

 

NICHOLAS